Sua contribuição para o movimento LGBTQI+ através de sua imagem de liberdade sexual e feminina
por Lucas Ribeiro
“Ouvir a Madonna era uma espécie de sair do armário” – relata o fã Kennedy Martins sobre a importância da cantora na aceitação de sua orientação sexual. Madonna Veronica Louise Ciccone é um ícone atemporal. Sua carreira bem sucedida e sua personalidade controversa marcaram seu nome no mundo da cultura pop. Suas músicas emplacaram nas paradas e seus videoclipes sempre inovadores colocavam o trabalho da diva pop sempre em referência. É inegável que a trajetória da cantora, desde seu surgimento até os dias atuais, teve um grande impacto social e político. Madonna se envolveu em diversas polêmicas, foi proibida de fazer shows em determinados lugares, foi chamada de “puta” e até excomungada da igreja pelos católicos. Ela nunca se calou e sempre emprestou sua voz para trazer à tona assuntos muitas vezes ignorados pela sociedade, sendo assim, um grande exemplo do que na área das relações internacionais chamamos de soft power (capacidade de modificar uma estrutura social através de sua influência).
A cantora coleciona momentos icônicos ao longo de seus 40 anos de carreira. Ela começou sua carreira no fim dos anos 80 dançando para Patrick Hernandez, artista francês da era Disco, na sua turnê mundial de 1979. Depois disso, Madonna formou a banda The Breakfast Club, onde ela cantava e tocava violão. No começo da década de 80, ela deixou a banda e montou outro projeto – a banda Emmy – mas a artista decidiu mais tarde se dedicar ao trabalho solo.
Em 1983, ela lança seu primeiro álbum, Madonna, e desde então começa a emplacar hits nas pistas de dança dos Estados Unidos.
"Ela é um exemplo, não só para a comunidade LGBT, mas pra todo ser humano que preze pela sua liberdade."
A artista revolucionou o mundo da moda em 1990 durante sua turnê mundial Blonde Ambition, onde apareceu com o, até hoje comentado, sutiã de cone desenhado pelo estilista Jean Paul Gaultier. A turnê também foi marcada pela quase prisão da cantora durante a terceira noite de Madonna em Toronto, Canadá, com sua turnê. Enquanto se preparava para subir ao palco, ela foi informada por seu irmão – e então assistente – Christopher Ciccone da visita de policiais que ameaçaram prendê-la por sua performance da canção Like a Virgin, onde ela simulava estar se masturbando. A polícia local estava preocupada com a apresentação “imoral” da cantora, que respondeu apenas “Não vou mudar a p*rra do meu show”. Toda a confusão foi mostrada no documentário Na cama com Madonna de 1991.
Com isso, Madonna se tornou uma referência no movimento de libertação feminina, mesmo sendo vista como um desserviço ao feminismo, pois muitas feministas a acusavam de promover a objetificação do corpo da mulher. A diva pop costumava então se rotular como “uma má feminista” já que se ter liberdade sobre o próprio corpo feria os princípios do movimento, ela estava mesmo de fora do mesmo. Hoje vemos que o que Madonna fazia era sim um ato de libertação feminina.
Madonna sempre foi idolatrada pela comunidade LGBTQI+ e contribuiu imensamente por ela, dando voz e comprando a batalha travada por seus fãs. Em 1989, quando surgia a AIDS e a comunidade gay enfrentava uma das suas lutas mais difíceis, a cantora dedicaria uma página inteira do encarte de seu álbum Like a Prayer a trazer informações sobre a AIDS a fim de informar seus fãs e as pessoas que tivessem acesso ao seu trabalho de que aquilo não era uma doença gay, tampouco o câncer gay – nome pejorativo dado a doença na época – e incentivando o uso de camisinha como forma de prevenção.
Madonna também foi importante para a comunidade LGBTQI+ de forma individual: para Kennedy Martins, 22, fã da cantora citado no ínicio da reportagem, ela teve importância na descoberta e aceitação de sua orientação sexual – “O primeiro contato que eu tive com a Madonna aconteceu antes d’eu me reconhecer enquanto uma pessoa LGBT. Aconteceu entre 2006 e 2007 quando eu estava viajando pra cidade dos meus tios e eu tenho um primo que é muito fã da Britney Spears. Muito fã mesmo. E a gente conversando sobre música, ele me mostrou a Madonna.”
Kennedy não tinha muito conhecimento da obra da popstar mas gostou da música apresentada por seu primo:
“Ele falou: ah a Madonna é muito legal e tal, naquela época eu não tinha muita noção de música pop nem nada e eu achei ‘ah, beleza. Madonna, Like a Virgin e tal’ que era a que tinha em todas as coletâneas... Esse é o primeiro contato real que a gente tem com a Madonna. Ele me mostrou American Life, o clipe e a música... eu achei o clipe incrível, a versão censurada. E eu fiquei ‘nossa, olha esse braço’ (se referindo ao braço decepado que aparece numa cena do clipe). Depois disso, quando eu cheguei em casa, baixei a música só que quando passei ela pra um cdzinho - naquela época que a gente gravava cd - e sempre que eu ia escutar o cd, na hora de American Life eu abaixava o som de uma forma que só eu pudesse ouvir porque eu tinha medo das pessoas verem que eu tava ouvindo a Madonna e já interligasse naquela hora a grande verdade de que eu era gay."
Desse momento em diante, ele sabia que algo na cantora estava, de certa forma, ligado à sua sexualidade:
“Parte da nossa vida enquanto LGBT é fugir disso, todo mundo passou por isso e eu tava nessa fase, eu não tinha discernimento pra me descobrir como pessoa LGBT e muito menos pra dizer que eu não era. Mas enquanto uma criança, ali nos 12 anos, a gente não assume e nem desassume é só uma coisa que acontece. Esse foi o meu primeiro contato com a Madonna, que era uma coisa muito libertadora da qual eu não tinha capacidade ainda de entender o motivo que a Madonna me causava constrangimento. O porquê ouvir a Madonna tinha que ser baixo... eu tinha medo das pessoas derrubarem que eu era gay por eu ouvir a Madonna. Nessa época ela já era muito interligada aos gays, eu só não sabia o motivo. Era uma coisa muito libertadora e muito aterrorizante pois eu não queria que ninguém descobrisse, nem eu mesmo eu queria jogar a carta certa, mas ouvir a Madonna, ao mesmo tempo, era uma espécie de sair do armário.”
A cantora, que completou 60 anos em 2018, representa um papel de grande importância na vida de seus fãs LGBTQI+. Ela representa uma simbologia muito forte e admirada pela comunidade sendo uma mulher forte, sensual e revolucionária. Para o fã Gabriel Rodrigues Vasques, LIBERDADE é uma palavra que diz muito sobre Madonna:
“A Madonna é um dos (senão o) maiores símbolos do feminismo na história da música e da cultura popular americana. Ela é simplesmente a artista feminina mais icônica que já pisou no planeta terra. Sempre foi taxada como promíscua e coisas ruins, mesmo na era do culto ao corpo, pois nunca dependeu da aprovação de ninguém para fazer a arte dela na sua mais autêntica forma.” – ressaltando a contribuição da cantora ao movimento feminista. Gabriel continua:
“Ela sempre esteve muito associada ao público gay, e como ela mesma disse, nos anos 80 isso manchava totalmente a imagem de uma pessoa. Mas ela não parou. Inseriu gays na sua videografia, continuou com músicas e visuais polêmicos. Ela é um exemplo, não só para a comunidade LGBT, mas pra todo ser humano que preze pela sua liberdade. Uma palavra que eu usaria pra definir a Madonna: liberdade.”
O jovem ainda fala da maneira como a artista foi subestimada no começo da carreira e precisou se reafirmar enquanto construía sua trajetória:
“No início da carreira e até mesmo depois, ela era muito subestimada e inferiorizada por conta do apelo sexual que os seus visuais e músicas traziam, mas isso não foi suficiente pra impedir que ela chegasse onde chegou - e ela fez isso sem perder a sua essência em função da desaprovação alheia, preferiu remar contra a maré se isso significava defender o que ela acreditava. As artistas pop exibem e fazem tudo o que fazem hoje porque a Madonna trilhou esse caminho por elas. A cultura pop é a cultura LGBT, e quem é a rainha do pop? Isso mesmo, a Madonna! Sempre ergueu a bandeira do respeito e igualdade, e continua a fazê-lo. Essa mulher nasceu muito à frente do seu tempo.”
A visibilidade que Madonna deu aos LGBT’s, principalmente aos homens gays, é considerada o marco crucial na consagração da artista na comunidade. Kennedy Martins considera Vogue a principal contribuição ao movimento e um marco da cantora na comunidade gay:
“Na cultura LGBT, a Madonna teve alguns impactos. Ela trouxe alguns marcos e podemos destacar Vogue, em 1989. Ela estava promovendo o I’m Breathless, que é o álbum dela pro filme Dick Tracy, que foi um filme que na época foi um sucesso... e nesse álbum ela trouxe algumas músicas entre elas a gente tem Vogue pela primeira vez existindo ali, numa versão menos trabalhada que a que chegou no clipe mais tarde. Temos ali um cenário totalmente underground, que eram os ballrooms (algo como salões de baile, em português) que inclusive foram explorados agora na última série do Ryan Murphy (referindo – se a Pose, série já comentada aqui no blog) que foi justamente o cenário que a Madonna buscou quando ela foi procurar alguma coisa pra Vogue. A música faz referência as poses clássicas de todas as divas, aos icônicos artistas dos anos 60 e 70. Vogue traz o glamour daquela época de volta pra uma música de dança. A própria Madonna falou que a música é pra você esquecer dos seus problemas e dançar e exercer a celebração de si mesmo. Então quando ela pega uma subcultura de ballroom lá em Nova Iorque, onde tinham dançarinos que a grande maioria era representada por gays, lésbicas e travestis – as lésbicas não faziam tanto a cena do voguing quanto os gays – que na grande maioria era representada por gays negros e a parcela de travestis e transexuais que se incluíam ali. Era basicamente o gueto gay. O voguing foi muito tempo exercido em baladas underground. Em Nova Iorque tinham baladas que ficavam atrás de um lugar que de dia era uma banca de revista, eram baladas pequenas, lugares pequenos.
Era muito subcultura, você tinha que ir lá pra conhecer aquilo. E foi justamente o que a Madonna fez, ela foi onde ninguém queria ir, porque não era popular e era dominado por bichas, e ela foi até lá pra escolher aquilo pra trazer pro mainstream. Quando ela faz isso, ela não traz só o vogue pro foco, ela também trouxe alguns dançarinos que conheceu por lá e trouxe eles para, além do clipe que foi a primeira representação midiática grande (o clipe foi algo muito grande) é uma representação de gays dançando sem ser acessório, chacota ou até mesmo sendo desmerecidos. Você tem gays representando gays, arte. Temos a cultura gay negra norte-americana sendo representada de uma forma popular, numa época onde falar sobre isso era um tabu, numa época onde o HIV era o câncer gay, temos a Madonna trazendo os gays pra brilhar. Não somente no clipe mas também na Blonde Ambition Tour, onde ela trouxe os mesmos dançarinos pra fazer toda uma turnê com ela, e aí você tem o empoderamento, uma abertura de portas. Não digo que a Madonna foi a responsável por trazer ou fazer algo que acabasse com o preconceito ou que defendesse todos os que são representados na sigla mas ela trouxe uma visibilidade que não tinha e ela trouxe os gays pro mundo mainstream, tirou a cultura gay do submundo e botou num lugar que você assiste e fala “nossa, vogue ! Incrível!”
Um momento marcante de Madonna para a comunidade LGBTQI+ para Gabriel Farah, 24, aconteceu um pouco mais tarde, na divulgação de Justify My Love :
“Um pouco antes do lançamento do Erotica, entre 1990 e 1991, há uma entrevista na qual ela é questionada sobre Justify My Love, cujo vídeo foi censurado em várias emissoras na época. Nessa entrevista ela expõe, entre vários tópicos importantes, que o HIV/AIDS era extremamente crescente entre heterossexuais, embora a visão da época fosse que a patologia era associada majoritariamente ao público LGBTI. Obviamente, ela já havia se consolidado como diva pop nessa época, vista como uma mulher que abordava temas como sexualidade, gravidez na adolescência, religião, política, machismo (por mais que alguns desses tenham sido abordados de forma mais profunda e enfática à posteriori), dentre outros, o que a respaldava como artista bem vista na comunidade LGBTI.”
Em relação ao importante papel de Madonna na questão do HIV citada por Farah, Kennedy relembra a forma como Madonna acolheu os gays nesse momento difícil, época do surto da AIDS e da associação dessa doença com a comunidade gay. Questionado como enxerga isso, ele enfatiza:
“Como um ato de bravura. Naquela época foi um ato de bravura. Todo o contexto que envolve o lance do HIV como câncer gay e toda a tentativa, a batalha pra tirar esse nome e desassociar isso da comunidade, foi uma luta que os LGBT’s travaram sozinhos praticamente. E temos a proximidade da Madonna com essa comunidade, que veio dos amigos dela que sempre foram LGBT’s. Ela sempre foi cercada por gays mas não como chaveirinho dela e sim como amigos mesmo. Ela era mais jovem, antes mesmo de se tornar cantora e entrar no Breakfast Club (primeira banda dela) ela já tinha esses amigos. Quando ela criou o álbum Madonna, seu disco de estréia, ela queria agradar os gays. Em algumas biografias dela dizem, não posso afirmar porque apesar de estar em várias, não tem uma fonte exata, mas quando ela foi lançar esse disco e perguntaram pra ela o que definiria o sucesso, ela disse que se entrasse em uma balada e tocasse uma música dela e os gays dissessem que aquela era a música da noite, pra ela aquilo era o sucesso. Ela teve um melhor amigo que sofreu de AIDS e morou com ela, dividiram apartamento até ela se casar com o ator Sean Penn, que inclusive ele detestava que ela fosse ver esse amigo pois ela cumprimentava esse amigo com um selinho e ele dizia que ela pegaria a doença gay e a mandava lavar a boca. A Madonna passou o restante dos momentos da vida desse amigo do lado dele até que ele morreu segurando a mão dela. Ela perdeu não só esse mas outros amigos pro HIV então, pra ela, era muito importante levar a mensagem de que aquilo não era o câncer gay e que podia afetar qualquer um e, dessa forma, combater o preconceito que era muito evidente nessa época. Ter essa mulher fazendo isso, colocando no encarte do cd dela uma página dedicada a esse momento da comunidade gay é ter alguém pegando na sua mão. E foi o que ela fez, ela estendeu a carreira e a mão dela pra comunidade LGBT e não pediu nada em troca. Ela ganhou o reconhecimento por mérito dela.”
"Essa mulher nasceu muito à frente do seu tempo.”
Sobre em que momento, eles passaram a admirar Madonna além da música, os dois citam momentos diferentes. Farah teve sua percepção sobre a estrela mudada através da exibição do trabalho da cantora na MTV Brasil, e partindo disso, seu interesse por ela fez com que ele começasse a pesquisar sobre a vida de Madonna:
“Não sou da geração que conseguiu acompanhar o surgimento da Madonna na indústria, então quando tive contato com seu trabalho, que foi muito graças ao trabalho da MTV Brasil na época (e depois por interesse próprio), informações sobre bastidores, polêmicas, vida pessoal e seus ideais vinham em combo junto com a exibição do seu material na emissora. Admirá-la foi algo muito natural, justamente pelos seus discursos e temas abordados, seu trabalho musical em si abre portas para uma admiração pessoal.”
Com Kennedy, a admiração veio numa época diferente da carreira de Madonna, o lançamento do álbum Rebel Heart, último disco da cantora até o momento e que foi lançado em 2015.
“Eu passei a admirar mais a Madonna quando ela estava promovendo o Rebel Heart, foi quando eu percebi 'eu gosto da pessoa Madonna'. Durante esse álbum, vimos uma Madonna mais sincera a respeito das questões de idade, naquela época ela também estava começando a fundação dela do Malawi ( Madonna construiu um hospital no Malawi) e tudo isso foi me levando a ver que atrás da personalidade midiática tem também uma pessoa. Uma mulher que controla as próprias finanças, a própria carreira, que dedica o tempo a fazer coisas pra outras pessoas, que tem vários filhos adotados e que em nenhum momento vemos ela usando dessa adoção pra dizer “olha pra mim, eu adotei crianças pobres”. É por amor. É porque ela sabe que ela tem condição e portanto ela está dando condição de alguém ter uma vida. É uma mulher que até hoje ainda luta pela liberdade feminina, porque a luta dela hoje está em outro estágio... Ela é uma pessoa sincera, tanto é que a maioria das polêmicas que ela se envolve é porque ela é sincera com os sentimentos dela. Ela não é um produto fabricado da mídia.”
Madonna tem um temperamento difícil quando o assunto é imprensa. A americana vive dando respostas sarcásticas e perdendo a paciência com os repórteres. Mas há uma justificativa segundo Kennedy: a loira, nascida em 16 de agosto de 1958 é leonina, o que segundo o fã, explica muito:
“A Madonna é leonina, né... (risos) e isso já diz muito sobre ela. Ela é egocêntrica, ela é arrogante. Ela é a MADONNA e ela tem noção disso. A gente também não pode fingir que ela
não sabe da potência dela. Ela sabe que ela é um leão. Ela faz as coisas que ela faz porque sabe da força dela. Ela enfrenta a Lady Gaga porque ela sabe da força dela. Eu acho, inclusive, que entrevistar a Madonna exige dos jornalistas uma esperteza muito grande. Primeiro porque ele conseguiu estar ali e em segundo, porque não é como entrevistar as outras celebridades. A Madonna ta aí desde a década de 80. O que ela tinha que aprender de mídia, ela já aprendeu, é ninja nisso. Tem muita gente que vai entrevistá-la e a toma como boba. Quem vai trabalhar com ela tem que saber quem ela é. Por isso não é qualquer um que trabalha com ela. A gente não vê a Sia compondo com a Madonna. Não que a Sia seja qualquer uma, mas Madonna tem um filtro ali, tem que estar preparadíssimo. Esses dias ela postou um quadro de que ela tava fazendo música por música, editando detalhe por detalhe de cada música do próximo álbum dela.”
Ainda sobre o que Madonna representa na cultura LGBTQ+ e para ele, Kennedy destaca:
“A Madonna hoje pra mim é um símbolo de uma artista que não só é empoderada numa questão pessoal, mas tem a capacidade de levar o empoderamento, de levar você a ter uma mente aberta. Ela te incentiva a falar o que pensa, a não ter medo de ser uma pessoa que luta pelo que quer. Eu acho que o que eu mais pego da Madonna é a capacidade de fazer o próprio negócio. Não é nem questão de fazer polêmica, além da própria revolução. Ela é a dona do caminho dela, ela faz o que ela quer desse caminho, do álbum, da promoção dele, da mensagem que ela quer passar. E se tem uma coisa que eu acho que a comunidade LGBT tem que se alimentar é justamente dessa capacidade, de fazer o que quer com seu próprio destino. Todos nós que nascemos LGBTs nascemos como o nosso destino pré-programado. Ou a gente vai sofrer preconceito ou seremos retratados como pessoas que sofrem preconceito. Vamos estar nas pautas polêmicas da sociedade ou do Brasil. Uma pauta já programada, que está ali pra gente exercer. O que eu acho q a Madonna mais traz pra comunidade LGBT e o que ela mais representa pra mim é isso: a capacidade de expressar a si mesma em todas as letras, todas as definições.”
Questionado sobre qual seria seu disco favorito da cantora, Kennedy elege Bedtime Stories (1994):
“Ele traz a faceta da Madonna onde ela dança conforme a música porém do jeito dela, ela dança conforme o que esta tocando mas quem dita a dança é ela. É um álbum muito importante na carreira porque foi uma fase de transição, ele marca a Madonna simplesmente chutando o balde e falando “era o que você queria mas não é o que eu quero. Eu continuo da mesma forma” e nesse álbum tem Human Nature, que é justamente ela dizendo que não está arrependida de nada. Inclusive, olha que incrível, a promoção desse álbum tem ela sentada numa cadeira cheia de crianças sentadas do lado e ela falando 'estou lançando meu novo álbum e espero que vocês gostem'.
O álbum foi o sucessor de Erotica, álbum da cantora que polemizou por explorar a erotismo através do alter ego criado por ela e chamado de Mistress Dita. Simultâneo ao lançamento do disco veio o famoso e MUITO polêmico Sex Book, livro de fotografias eróticas onde Madonna aparecia nua em fotos com uma estética sadomasoquista e bondage. A imagem da loira foi deturpada e ela ganhou o apelido temporário de Rainha da Obscenidade. Ainda na mesma época, Madonna protagonizou o filme Corpo em Evidência e que também tratava de erotismo por ser um thriller erótico aos moldes de Instinto Selvagem, o que acabou associando a imagem da cantora ao sexo e ela passou a ser uma pervertida, suja e desbocada, inclusive aos olhos do Papa que a proibiu de pisar no Vaticano.
Dheisson Figueredo, professor da Universidade Federal da Bahia, disse em entrevista para a Vice que foi nesse momento que a cantora explorou a homossexualidade e se aproximou ainda mais da comunidade LGBTQI+:
“Nesse sentido ela revolucionou, porque ela começou a falar de sexualidade de forma mais aberta, ainda englobando a questão da homossexualidade. Nos anos 1980, a Madonna era um artista pop que todo mundo ouvia. Nos anos 1990, ela foi se tornando uma artista cada vez mais vista como uma artista voltada ao público LGBT.”
Na mesma entrevista, Débora Cassolato - jornalista musical e embaixadora do Spotify Brasil -pondera:
“Até pouco tempo (do lançamento do álbum), AIDS era considerado coisa de gay, que hétero nem tinha que se preocupar com isso, que gay era ‘sujo, carregava doença, promíscuo’. Madonna usou seu alcance para as pessoas botarem a mãozinha na consciência e repensar, e o público LGBTQIA+ sentir-se amparado.”
Para o jornalista Zeca Camargo, o álbum é de fato uma revolução. Ele declarou em entrevista ao site da Vice :
“Dá uma olhada no que era Erotica, imagina o mundo em 1992 e vê a revolução que isso significa.” Para ele, não poderíamos falar de erotismo hoje se Madonna não o fizesse em 1992.
Já Gabriel Farah cita o lançamento de American Life (2003) como o ato mais revolucionário de Madonna:
“É extremamente difícil selecionar um único fato revolucionário da carreira de Madonna, visto a gama de atos importantes, precursores e revolucionários que ela fez ao longo dos anos. Porém, eu citaria o álbum American Life e toda sua era de divulgação e turnê como uma das mais revolucionárias da cantora. Foi uma sonoridade extremamente experimental e um conteúdo enfaticamente crítico e realista, principalmente em âmbito político, que contou até com um clipe censurado no qual o final culminava em Bush filho, então presidente dos Estados Unidos na época, com uma granada armada na mão.”
A cantora voltou a criticar os líderes políticos esse ano quando aderiu ao movimento ELE NÃO, criado contra a campanha eleitoral daquele candidato que não merece nem ser citado nesse blog.
Madonna se tornou um nome de peso na indústria e influenciou artistas de várias gerações que vieram depois dela. “Todos a conhecem como ‘Rainha do Pop’ e é exatamente isso. Seu impacto social é estrondoso, suas performances extremamente icônicas: Like a Virgin (VMA de 1984), Vogue (VMA de 1990), Sooner Or Later (Oscar de 1991) o medley com Britney Spears e Christina Aguilera (VMA de 2003) são performances televisionadas lembradas até hoje.” - diz o fã. Ele enfatiza a influência da estrela inclusive fora da música:
“Musicalmente ela possui álbuns e faixas de vários gêneros: pop, pop rock, folktronic, EDM, trip hop, ambient e ao que tudo indica incluirá funk e fado no próximo álbum de estúdio.Sua influência é observada principalmente em artistas femininas lançadas após o final dos anos 90 até a atualidade. Sua figura para o mundo da música, moda e entretenimento possui um peso gigantesco e como a mesma disse em discurso de 2016 na Billboard a coisa mais controversa que ela já fez foi se manter relevante na indústria até hoje, mesmo após 30 anos.”
Perguntado sobre o momento em que ela se consolidou como Rainha do Pop, Farah cita o álbum Like a Prayer (1989) :
“Com o lançamento do Like a Prayer em 1989. Lembro de ler uma sessão de arquivos da Rolling Stone que mostrava a crítica ao álbum na época, que dizia que se o pop fosse arte seria esse LP, ou algo muito próximo a isso. Além de musicalmente impecável, o single de Like a Prayer se tornou uma música lembrada até hoje e que ainda contou com toda uma polêmica envolvendo o Vaticano, a cereja do bolo, definitivamente.”
É inegável o impacto que ter Madonna ali, existindo como artista causou na comunidade LGBTQI+, principalmente entre os homens gays que admiram tanto a cantora. Kennedy relembra o momento da sua aceitação quanto homem gay ao ouvi-la e é grato pela chance de poder tê-la como ídolo e referência para entender a importância da liberdade ser quem você é.
“Relembrar o quão impactante e relevante essa pessoa é pra nós LGBT’s é uma oportunidade gratificante. Se antes, como eu relatei, no começo eu ouvia a Madonna baixo porque eu tinha medo da liberdade que ela tinha a oferecer, hoje eu a ouço como se fosse a poesia mais requintada que eu já ouvi. Hoje eu a escuto numa fase onde eu já tenho a capacidade me expressar, de tomar as rédeas do que eu quero fazer. Se atualmente eu sou consciente disso, eu não devo isso tudo a ela mas grande parte a essa capacidade que ela tem de levar o empoderamento e levar a capacidade de ser autentico. Hoje eu ouço American Life e me lembro da pessoa que eu era antes e o quanto eu aprendi com essa personalidade, o quanto ela contribuiu pra mim como pessoa LGBT singular e também pra comunidade a qual eu faço parte e luto todos os dias. Minha existência é resistência e temos ali uma pessoa que se importou com a gente pelo menos em alguns momentos muito importantes e que continua se importando ate hoje.”
"Se antes eu ouvia a Madonna baixo porque eu tinha medo da liberdade que ela tinha a oferecer, hoje eu a ouço como se fosse a poesia mais requintada que eu já ouvi."
A força e liberdade da cantora americana continuam inspirando a comunidade LGBTQI+ com o passar dos anos, provando que Madonna é atemporal! Não há outra igual e possivelmente não haverá. Nossa comunidade ainda tem um longo caminho para percorrer e não podemos deixar de agradecer a diva pop pela contribuição e pela arte que ela vem nos dando ao longo desses 40 anos desde o seu surgimento. Obrigado, Madonna! Você é um exemplo de CORagem!
- MADONNA PELOS OLHOS DO PÚBLICO –
Pedimos para alguns admiradores da musa a descreverem em uma palavra:
“ATEMPORAL” – Marcelo Vinícius, 20 anos, estudante de Psicologia.
“OUSADA” – João Aquino, 25 anos, estudante de Artes Visuais.
“REVOLUCIONÁRIA” – Danielle Neves, 20 anos, estudante de Produção Audiovisual.
“UM MARCO” (vamos fingir que foi uma palavra rsrs) – Emerson Soares, 18 anos, estudante de Jornalismo.
“DEUSA” – José Elias Mendes, 28 anos, jornalista.
“AUTÊNTICA” – Kennedy Martins, 22 anos, estudante de Relações Internacionais .
- CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA SOBRE A CARREIRA E INFLUÊNCIA DE MADONNA NA COMUNIDADE LGBTQI+ COM O FÃ KENNEDY MARTINS –
Kennedy Martins é estudante de Relações Internacionais e é fã da cantora há cerca de 7 anos.
LR: Qual sua turnê favorita entre todas?
KM: A MDNA Word Tour. Apesar de não ser meu álbum favorito dela, a MDNA Tour é a Madonna no ápice criativo dela. É revolução tecnológica no palco, é a presença de palco, é o espetáculo valendo cada centavo que você gasta nele. Uma mulher com mais de 50 anos fazendo de tudo no palco, mostrando que a idade não é o suficiente para pará-la.
LR: Em qual momento você acha que ela se consolidou de vez como a rainha do pop?
KM: Eu acho que o momento que ela se consolidou de vez como Rainha do Pop onde não tinha como voltar atrás... muita gente diria Like a Prayer devido ao clipe e depois a Blonde Ambition Tour, e ela se comparou ao Michael Jackson mas pra mim está um pouquinho ali na gente ainda... eu acho que ela se consagrou a Rainha do Pop no Ray of Light. Nesse álbum, a própria Madonna disse que não gosta da palavra ‘reinvenção’. Ela não gosta que digam que ela está se reinventando o tempo todo, ela só foi usar essa palavra na turnê do American Life, a Re-invention Tour. Mas em 1998 foi o momento que ela saiu da personalidade polêmica dela, cheia de falar o que pensava, pra falar sobre outro assunto que ninguém botava fé no começo de que iria dar certo, que era religião, espiritualidade, maternidade e questões da vida adulta. E naquele ponto nos deparamos com a Madonna quarentona, abdicando da personalidade dela, não totalmente, sempre é bom lembrar que ela não transforma sua personalidade, ela só abdica de aspectos naquele momento, e nesse ela estava abrindo mão uma personalidade muito pública pra falar de questões que ninguém imaginava naquela fase dela. Ela estava saindo de Evita, vindo de uma fase muito boa e nessa idade, ela já estando mais velha, a sociedade já passa a ver as mulheres como inválidas, já vão perder a capacidade segundo o julgamento social. E nesse cd ela só provou que ainda tava no começo. Ray of Light traz uma invenção que é a junção da música eletrônica underground, não uma música eletrônica comercial, como pegar um Diplo hoje e produzir, não. É uma música diferente. Ela usou produtores de música eletrônica bem rave, como o William Orbit e usou esse elemento pra falar de espiritualidade.
LR: O Ray of Light é o álbum dela mais aclamado pela crítica e não teve uma turnê. Por que você acha que a Madonna não viajou o mundo com esse disco se ele foi um sucesso estrondoso?
KM: Nesse álbum ela estava muito inspirada na maternidade. Era o momento de ela ser mãe. Mas não só isso, ela conheceu o Guy Ritchie (cineasta e ex-marido de Madonna) e começaram a namorar e ela focou na vida pessoal e não teve tempo pra turnê. Ficou grávida do Rocco, seu segundo filho e foi cuidar dele. Só quando chegando nos anos 2000, ela lançou o Music e fez a Drowned World Tour. E teve um grande impacto porque foram anos afastada dos palcos pois o Bedtime Stories também não tinha tido uma turnê e o público e a mídia estavam loucos. Então ela juntou tudo que a inspirou durante todo esse tempo e criou uma turnê que foi emblemática, com um palco imenso e todo aparato tecnológico.
LR: Voltar em 2001 então foi um evento. O público estava com muita expectativa...
KM: Sim, de 1993 a 2001 sem fazer show... Para a artista que ela era, pelo peso que ela carrega no nome dela, isso foi muito tempo. A mídia estava sedenta! Mas valeu a pena, eu acho que pra quem viu a Drowned World Tour compensou cada ano sem show.
LR: O que ela representa pro mundo e pra indústria e como é ver a Madonna como uma mulher de 60 anos na indústria?
KM: A minha expectativa pra essa nova fase da Madonna é uma revolução. Ela estar aqui e o Michael Jackson não estar mais tem um peso enorme. Ela vem dos anos 80, da época do estouro da música pop como a gente conhece hoje, dos grandes ícones da música pop...Cyndi Lauper,os clipes extravagantes, das aparições na MTV, no Grammy... a gente vive hoje um reflexo disso, dessa época... esse caminho foi construído. E a Madonna está construindo hoje o próximo caminho, está trilhando um caminho que a Cher abriu. Mas a Madonna está ativa! Ela é uma personalidade midiática, uma cantora ativa! E não só ativa mas ela continua no mesmo pique! É turnê com muita dança, muita música, atos de palco... ela não reduziu isso. Existem poucas artistas femininas que conseguiram atravessar décadas e décadas ainda relevantes e por mais que ela não venda (mais como antes) justamente por termos um segmento de música pop que faz coisas que são permitidas porque esses outros artistas trilharam esse caminho lá atrás. Então hoje nós jovens, as pessoas mais velhas... elas encontram um saudosismo nesses artistas que já estão mais velhos, como ela, como a própria Cyndi Lauper... E nós jovens, consumimos a música pop da nossa época, de agora, e isso é normal porque nós vivemos nossa época, assim como a disco music deixou de ser uma coisa legal, pra ser uma coisa repudiada pra dar lugar a nossa música pop, com muitas batidas eletrônicas e tal, o pop entrou pra ser o novo daquela época. Toda época vai ser isso.
LR: Qual a diferença então daquela época com hoje?
KM: A diferença é que naquela época não existiam artistas como a Madonna, atravessando décadas e décadas. Não vejo essa longevidade nos artistas de hoje. Pode até ser que esses artistas consigam ter 30 anos de atividade mas tudo vai depender do que a Madonna fará agora. Por exemplo, a Cher passou por décadas mas escolheu se aposentar e já faz um tempo que ela não lança discos. Mas ela conseguiu um hit, que foi Believe, já mais velha nos anos 1990. Isso foi um marco, ela trilhou um caminho ali. Agora temos a Madonna plantando e semeando o resto de um caminho que já estava aberto pela Cher. O que ela fará agora, o álbum que ela lançar, pode não ser o maior sucesso no meio fonográfico, o maior impacto, o maior ato da Madonna.Mas será o mais revolucionário até o momento. A cada álbum que ela lançar vai ser o mais revolucionário porque ela está viva, e não só no sentido literal da palavra, mas porque está viva na memória trouxe a personalidade dela pra poder se equiparar a Katy Perry, a Lady Gaga, as artistas atuais. E deu certo. Foi um sucesso, toca nas baladas. Ela foi lembrada de novo e isso é importante pra fase que ela está. Pode ser que a nova fase dela seja política, que é o que eu espero, parece que ela vai falar sobre a guerra no oriente médio, vai trazer questões sobre terrorismo e até um funk com a Anitta. Temos aí a Madonna dando o toque de Midas nas coisas de novo.
LR: Qual foi o ato da carreira da Madonna que você considera uma revolução?
KM: Eu acho que uma coisa que só a Madonna faria foi o lançamento do Confessions on a Dance Floor, em 2006. Lançar Hung Up após fracassar no American Life, que não foi bem recebido pela população americana (agora já entra minha parte de internacionalista) porque tínhamos ali o 11 de setembro acontecendo e o álbum chegou em 2003 falando justamente sobre a sociedade americana tapar os olhos pro governo Bush, com medidas de segurança tomadas e que foram graves como violação de dados de segurança, a questão do terrorismo envolvia segurança e todo mundo tinha suas informações divulgadas, o governo tinha acesso em tudo da população, o Oriente Médio visto como terrorista e a xenofobia aumentando, os Estados Unidos passando por cima da ONU com a guerra no Iraque , que não havia sido autorizada pelo sistema internacional. Estourando a guerra que foi chamada a Guerra ao Terror, contra o terrorismo, as pessoas do Iraque pagaram pelo atentado. Ela tocou na ferida das pessoas. O cd fracassou porque é a distorção, a música I’m so Stupid tem uma batida destorcida que representa um coração, e quando ela é prolongada mostra a interrupção da batida, a morte, você percebendo que está cego, que está vivendo o sonho americano mas ele não é tudo isso. É a percepção de que ele é pra alguns e não pra todos e você é estúpido por ter acreditado nisso durante anos, por isso a letra da música. Esse álbum tem muitos assuntos, muita verdade. O ato em si fez com que dissessem que a Madonna tinha acabado, questionaram se ela poderia se reerguer de novo e, de repente, vem o Confessions e emplaca TODOS os singles do cd e traz elementos do ABBA na música, fazendo disco music em 2006. Todo mundo achou que ela iria enterrar de vez a carreira, ela arrebentou com as vendas. Uma revolução no pop e surge a pérola Madonna e prova que, mais uma vez, quando ela quer faz o que quer. Confessions on a Dance Floor, no momento que foi e depois do caos que foi você olha e pensa ‘só a Madonna é capaz disso’. ”
LR: Qual fase da carreira dela que você não presenciou que gostaria de ter visto?
KM: Com certeza o momento que ela estava lançando o Erotica. Eu queria ter visto aquela euforia, aquilo é um momento que não volta mais. São coisas que quem viu, viu e quem não viu, procura os vídeos (risos).
LR: Clipe favorito?
KM: Express Yourself.
LR: Uma frase de alguma música dela que te define bem?
KM: "Express yourself, don’t repress yourself."
LR: Era favorita da carreira dela?
KM: A do True Blue.
LR :E da vida pessoal? O que você tem pra discorrer?
KM: A Madonna teve uma série de casamentos que não deram certo. Não falando da vida amorosa dela porque isso só cabe a ela mesma, mas da vida pessoal dela que devemos nos lembrar é a capacidade de fazer as coisas que ela quer, como por exemplo, o hospital no Malawi. Isso é que temos que nos lembrar. Ela fez sozinha e por iniciativa dela. Madonna é uma pessoa extremamente consciente da riqueza que tem mas ao mesmo tempo, ciente da capacidade que tem de fazer as coisas diferentes tanto que fez sem ajuda de governo nenhum, ela foi lá e fez. Fica aberto pra estrelas pop que elas tem capacidade de contribuir pro mundo, pra sociedade, não que elas sejam obrigadas mas isso é possível.
LR: Como será a quando a Madonna morrer?
KM: Quando a Madonna morrer, eu acho que vai morrer uma parte minha como fã de música pop, não só como fã da Madonna mas do pop em geral, vai ser triste porque vamos estar nos despedindo de uma lenda que todo mundo teve o prazer de ter vivido. Todo mundo vai ter vivido uma época da Madonna. Vai ser triste mas ao mesmo tempo uma celebração de tudo que ela representou até esse dia. Vai ter muita coisa pra relembrar, muito impacto dela pra digerirmos e vamos ficar órfãos da Rainha do Pop. Eu não sei se vai existir alguém capaz de substituir Madonna. Todas terão se aposentado antes. Será um marco. Tem coisas na vida que a gente olha e pensa ‘nossa, isso aqui dividiu uma era pra outra’ e a morte dela vai ser justamente isso, vamos lidar com o fato de que morreu a Rainha do Pop estaremos entrando numa era sem rainha do pop, sem Madonna, uma era onde ela não poderá influenciar mais nada pois ela vai estar morta. Só assim para ela não ter influência nenhuma.
TOP FIVE DOS FÃS
Kennedy Martins -
ÁLBUNS:
Bedtime Stories
Like a Prayer
True Blue
Ray of Light
Confessions on a Dance Floor
MÚSICAS:
Drowned World/Substitute for love
Take a Bow
Into the Groove
Hung Up
Wash All Over Me
Gabriel Farah -
ÁLBUNS:
Like a Prayer
American Life
Ray of Light
Confessions on a Dance Floor
Music
MÚSICAS:
Joan of Arc
Like a Prayer
X-Static Process
Human Nature
The Power of Good-Bye
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