por Lucas Ribeiro
Um dos lançamentos desse último mês com enfoque no público LGBTQI+ foi a série Pose, de Ryan Murphy. A estreia no Brasil aconteceu no dia 28 de setembro, no canal FOX Premium 1. Todos os episódios estão também disponibilizados no FOX App para assinantes.
A trama se passa na Nova York dos anos 80 e mostra o universo underground dos “bailes” da comunidade LGBTQI+, populares na época. Pose perpassa a história de três personagens que enfrentam questões delicadas enfrentadas por nós, membros do arco íris, diariamente. Além de abordar o abandono e o preconceito que nos são comuns, a narrativa da série se desdobra numa Nova York de 1986 em pleno surto de HIV/AIDS, sinônimos na época de uma “doença gay” (associada, portanto, a comunidade) e de morte iminente.
Mas o papel político da série ultrapassa a história. A série aborda essa temática com o intuito de mostrar as dificuldades enfrentadas por nós e traz a empatia e a humanização que é necessária em nossas representações. Mas a questão chave de Pose, que merece menção, é que a série é a produção com mais artistas transexuais e LGBTQI+ da história, contabilizando cerca de 26 profissionais. A representatividade mostra sua importância de forma eficaz, trazendo uma história capaz de emocionar e divertir na medida certa. O elenco também é majoritariamente negro, tendo apenas dois atores brancos e uma única atriz cisgênero.
Pose traz nosso público de verdade para frente das câmeras, contando a história do nosso movimento: suas alegrias, mas também os seus preconceitos introjetados. A produção também merece destaque pela abordagem de um assunto sensível como o HIV/AIDS por uma perspectiva humanista, mostrando o medo da doença pela comunidade LGBTQI+, historicamente associada a ela e por isso muito desvalorizada. A série de Ryan Murphy vem sido aclamada pela crítica internacional e já está renovada para uma segunda temporada. Pose é resistência, cultura e representatividade!
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