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"Vamos resistir! O lado que luta é sempre o mais forte."

Reddy Allor tem 20 anos, é drag queen e cantora. Nascida em Olímpia - SP, hoje mora em São José do Rio Preto com os pais e com o irmão mais novo. Atualmente, tem ganhado destaque com seu trabalho na cena noturna do interior de São Paulo e prepara o lançamento de sua estreia com trabalho autoral.

por Lucas Ribeiro


Reddy Allor, 20 anos, drag queen e cantora: você ainda vai ouvir falar muito desse nome.

LUCAS: Há quanto tempo você se monta? Quando te deu o start e você decidiu ser drag?


REDDY ALLOR: Me monto há 1 ano e 6 meses. O meu contato inicial com a arte drag foi através da minha amiga Laylla Magro que é apaixonada pela arte e me apresentou, sem dúvidas, as melhores influências. O start foi uma festa na qual ela fazia parte da produção, ela me encorajou a fazer um pocket show cantando, e assim foi. Hoje a Laylla faz parte da minha equipe e costura todos os meus looks.


LUCAS: Quando você se montou pela primeira vez? E como foi a experiência? Quem te ajudou e como você aprendeu a se maquiar?

REDDY ALLOR: Me montei pela primeira vez em uma festa chamada Trash-me que aconteceu no carnaval de 2017. Quem me ajudou com a maquiagem foi a Laylla também.

Comecei a me maquiar conhecendo o meu próprio rosto, eu sempre tive uma veia artística muito aflorada, então resolvi me expressar através da maquiagem, inclusive agora estou começando a me profissionalizar na área.

LUCAS: Como foi o processo de criação da Reddy Allor? Como você escolheu esse nome, o seu estilo de drag...?

REDDY ALLOR: O nome Reddy passou por algumas alterações... Inicialmente meu nome seria Red Fox (raposa vermelha) que foi sugerido por uma amiga, depois o dono da festa que eu ia cantar sugeriu que mudasse o “Red” para “Reddy”, afinal, meu cabelo natural é ruivo. E o “Allor” é uma mensagem subliminar, rs. Meu estilo de drag eu não consigo explicar, eu gosto tanto de arte que não daria um padrão. Já mudei tanta coisa na Reddy e acredito que vou continuar mudando. Hoje a Reddy é uma equipe de 4 pessoas: Laylla Magro, Guilherme Martinez e Vinício Arruda que são mais que uma equipe, eles entraram nessa comigo e eu sou eternamente grato. Nossa relação é muito família e faz com que tudo dê muito certo. Tenho outros amigos incríveis que estão entrando aos poucos na nossa equipe com seus trabalhos e isso só me dá mais força pra continuar.


LUCAS: Você é cantora, tenho acompanhado os covers que você faz e sua voz é maravilhosa! Você começou no sertanejo, numa dupla, certo? Como foi migrar pro cenário pop? Você já está preparando algum trabalho autoral?

REDDY ALLOR: Muito obrigado! Sim, comecei numa dupla sertaneja (Guilherme e Gabriel) com meu irmão mais novo, fazemos shows juntos até hoje. Na verdade o meu show drag tem sertanejo, pop, drag music, funk... estou amando o esse contato com outros ritmos, me faz evoluir muito musicalmente. Estou preparando sim algumas coisinhas mas por enquanto vou manter o segredo, acompanhem minhas redes sociais! hahaha


LUCAS: Esse trabalho terá alguma influência do sertanejo?

REDDY ALLOR: Com certeza, eu amo sertanejo!


LUCAS: Sua família apoia seu trabalho como drag?

REDDY ALLOR: É sempre um pouco difícil no início mas aos poucos vão se quebrando algumas barreiras e tudo vai dando certo. Hoje eles apoiam sim o meu trabalho.


LUCAS: Como você lida com o preconceito? Teve alguma situação que te afetou bastante?

REDDY ALLOR: O preconceito é sem dúvidas o maior empecilho no meu trabalho. Carrego esse desconforto desde pequeno. Muitas vezes não temos voz, nossa arte não é reconhecida como trabalho, etc... O ódio é inexplicável, não dá pra entender o porquê isso é tão errado para as pessoas. Ser maltratado por mais que eu seja educado é algo que me incomoda muito desde sempre. O medo é constante mas somos obrigados a enfrentar e se quisermos um espaço vamos ter que lutar todos os dias, infelizmente. Não é legal lutar por direitos óbvios.


LUCAS: Quem são seus ídolos, suas influências artísticas e de drag?

REDDY ALLOR: Pabllo foi meu primeiro contato com drag, sem palavras pra expressar o que sinto por ela. Através dela conheci Gloria, Lia e todas as outras drags que me inspiram hoje.


LUCAS: O cenário drag tem crescido muito no Brasil (amém). Como você enxerga isso?

REDDY ALLOR: Enxergo como algo histórico. Estamos precisando de representatividade, de mostrar que somos capazes, de viver em paz. Eu espero que aumente a cada dia mais. Isso é força pra gente continuar.


LUCAS: Uma coisa maravilhosa é que a arte drag tem sido reconhecida e abraçada também fora da comunidade LGBTQI+. Você acredita que a arte é um caminho pra vencer o preconceito?

REDDY ALLOR: Com certeza! O preconceito precisa acabar! Já passou da hora, estamos acordando, estamos buscando o nosso bem estar. Muitas portas já foram abertas mas ainda precisam se abrir MUITO mais.

LUCAS: Por último, uma frase de RESISTÊNCIA:

REDDY ALLOR: Existe muito mais amor do que a gente imagina, e como todos sabemos, o amor sempre vai vencer o ódio. Vamos resistir, o lado que luta é sempre o mais forte.

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