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PLEBISCITO QUE VOTAVA CONTRA O CASAMENTO GAY “FLOPA” NA ROMÊNIA

por Anna Carla Di Nápoli


Cidadão romeno saindo da urna de votação. Foto: Daniel Mihailescu/AFP

"É um fracasso para os romenos e a Romênia”, declarou o secretário-geral dos social-democratas (PSD), Codrin Stefanescu, denunciando o ato como um “boicote de um processo cívico”.

No primeiro domingo de outubro foi feito um plebiscito em todo o território romeno com o objetivo de acrescentar na constituição um adendo que proibiria o casamento de duas pessoas do mesmo sexo. O ato, promovido pelos democratas em união com a Igreja ortodoxa, reúnidos em uma “Coalização para a família", queria modificar a lei fundamental que afirma que dois “esposos" podem se unir em matrimônio para “um homem e uma mulher”.

Felizmente, a consulta que deveria contar com pelo menos 30% dos votos de eleitores cadastrados teve apenas 20,41%, tornando-se inválida antes mesmo da contagem de votos. O secretário-geral dos social-democratas (PSD), Codrin Stefanescu, acredita que o fracasso do plebiscito se tratou de um "boicote de um processo cívico” e acrescenta que “é um fracasso para os romenos e a Romênia”.

No período que antecedeu a votação várias organizações da sociedade civl em conjunto com a comunidade LGBTQI+ se juntaram para boicotar o ato. Entretanto, nenhum desses protestos foi de cunho tão violento quanto a campanha contra os homossexuais promovida pelos que votavam a favor do referendo.

A abstenção de mais da metade dos eleitores romenos “mostra o compromisso do eleitorado com o rumo europeu da Romênia e com os valores democráticos” segundo a Accept, associação que defende os diretos das minorias sexuais. Essa postura do povo diante de tal atrocidade contra os avanços sociais mundiais também mostra uma denúncia ao “desperdício de dinheiro” e à campanha cheia de pensamentos contra os direitos humanos e os homossexuais.

O referendo em si não mudaria nada no cotidiano romeno. O país ainda não reconhece a união civil nem autoriza o casamento de pessoas do mesmo sexo. Entretanto, se aprovado, o plebiscito tornaria essa proibição explícita, tornando mais difícil uma mudança futura em favor dos casais homossexuais.

Os socio-democratas contavam que iriam mobilizar a Romênia rural e conservadora, mas "a agressividade que marcou a campanha pelo 'sim', a tentativa de instigar o ódio contra uma minoria, fez com que o romenos se mostrassem relutantes em votar”, diz um cidadão romeno à Agence France Presse (AFP).

O partido associado ao referendo, PSD, retomou o poder no final de 2016 e é atualmente acusado de querer controlar a Justiça e abafar os escândalos de desvio de dinheito, tentando enfraquecer a luta do país contra a corrupção.

Os membros do Partido Socio-democrata apareciam regularmente com discursos ortodoxos e conservadores, exibindo discursos homofóbicos tentando fazer os romenos irem às urnas. Felizmente, um esforço falho.

Mais uma vitória para a população LGBTQ+ mundial!


Cidadão romeno emocionado com a decisão do referendo contra o casamento gay. Foto: Daniel Mihailescu/AFP


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